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Justiça mantém prisão preventiva de vereadora investigada por coação em Maria da Fé, MG

A Justiça de Cristina (MG) decidiu manter a prisão preventiva da presidente da Câmara e primeira-dama de Maria da Fé (MG), Ana Paula Torres Santos (PDT). El...

Justiça mantém prisão preventiva de vereadora investigada por coação em Maria da Fé, MG
Justiça mantém prisão preventiva de vereadora investigada por coação em Maria da Fé, MG (Foto: Reprodução)

A Justiça de Cristina (MG) decidiu manter a prisão preventiva da presidente da Câmara e primeira-dama de Maria da Fé (MG), Ana Paula Torres Santos (PDT). Ela é investigada por coação no curso do processo em um Procedimento de Investigação Criminal conduzido pelo Ministério Público. Segundo o MP, o inquérito foi instaurado para apurar a atuação da vereadora à frente da Procuradoria da Mulher, vinculada ao Poder Legislativo de Maria da Fé. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram A decisão foi proferida nesta sexta-feira (14) pela Juíza de Direito das Garantias, que atua em substituição na Vara Única da comarca, Cecília Natsuko Miahira Goya. A defesa da investigada havia solicitado a revogação da prisão preventiva, mas o pedido foi negado. O Judiciário entendeu que permanecem válidos os fundamentos da decisão anterior, que decretou a prisão com base na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução criminal. Segundo a decisão, os motivos que levaram à prisão não desapareceram, e há risco concreto de interferência no andamento da investigação. O processo apura supostas represálias contra servidores após o avanço das investigações. Para o Judiciário, a manutenção da prisão preventiva é necessária para garantir o andamento regular da investigação e evitar interferências. Presidente da Câmara de Maria da Fé, Ana Paula Torres Santos (PDT), é presa Repodução EPTV e Câmara e Maria da Fé Após ser detida, Ana Paula fez exame de corpo delito no Hospital Escola de Itajubá e, depois, foi levada para o presídio de Santa Rita do Sapucaí (MG). Investigação Segundo o Ministério Público, o inquérito foi instaurado para apurar a atuação da vereadora à frente da Procuradoria da Mulher, vinculada ao Poder Legislativo de Maria da Fé. No curso das investigações, o Ministério Público tomou conhecimento de que a vereadora teria passado a constranger e ameaçar servidores da Secretaria Municipal de Saúde, os quais haviam prestado esclarecimentos no âmbito do referido inquérito civil, com o objetivo de retaliar e intimidar as testemunhas. Conforme apurado, a vereadora é esposa do atual Prefeito de Maria da Fé e, valendo-se dessa condição, teria utilizado de sua influência política e pessoal para induzir o Chefe do Executivo Municipal a exonerar os servidores que colaboraram com a investigação ministerial. As ameaças e atos de coação relatados resultaram em, ao menos, na demissão de sete servidores públicos, entre eles uma funcionária com cerca de 28 anos de serviços prestados à área da saúde, que se encontrava a apenas um ano de adquirir o direito à aposentadoria. Presidente da Câmara de Maria da Fé é presa após investigação do Ministério Público Diante da gravidade dos fatos e da necessidade de resguardar a instrução criminal, o Ministério Público representou pela decretação da prisão preventiva da investigada. Ainda conforme o MP, os fatos seguem sendo apurados com o devido rigor legal e observância às garantias constitucionais, a fim de esclarecer integralmente as condutas e a eventual responsabilidade penal e administrativa da vereadora. Defesa alegou ilegalidade da prisão Um dos principais argumentos da defesa foi a alegação de ilegalidade objetiva da prisão, afirmando que o crime de coação no curso do processo tem pena máxima de quatro anos e, por isso, não permitiria prisão preventiva. A juíza, no entanto, rejeitou a tese ao apontar que o caso envolve, segundo a investigação, ao menos sete ocorrências do delito, em concurso material. Com isso, o somatório das penas ultrapassaria o limite previsto no artigo 313 do CPP. A defesa também afirmou que os fatos seriam antigos e que não haveria risco de reiteração, mas o Juízo apontou o que classificou como “flagrante contemporaneidade” entre atos da investigação e supostas retaliações. Conforme a decisão, após o Ministério Público ter identificado servidores envolvidos na apuração, ocorreram exonerações e advertências, o que reforçaria o risco à instrução criminal. A defesa sustentou ainda que a investigada não teria poder jurídico para determinar exonerações e que eventuais atos seriam de gestão administrativa. A juíza, porém, considerou “uníssonas” as declarações que apontam Ana Paula como responsável por coações, utilizando influência como presidente da Câmara e esposa do prefeito. Uma testemunha teria relatado que servidores receberam proposta para manter cargos mediante falso testemunho. A decisão também refutou argumentos sobre representatividade eleitoral, citando que condições pessoais e número de votos não afastam a possibilidade de prisão quando há risco à ordem pública ou à instrução criminal. A defesa pediu ainda a substituição da prisão por medidas alternativas ou prisão domiciliar, alegando que a investigada é mãe de três filhos. O pedido foi negado com base no artigo 318 do CPP, já que os filhos têm 19, 15 e 13 anos, acima da idade prevista pela lei. A juíza também apontou que o pai das crianças, o prefeito do município, possui plena capacidade de prover assistência. O que dizem as autoridades e a defesa A EPTV Sul de Minas entrou em contato com o setor jurídico da Câmara Municipal de Maria da Fé , que não forneceu informações. O prefeito de Maria da Fé, Adilson dos Santos, marido de Ana Paula, não atendeu às ligações. Por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Maria da Fé informou que, neste momento, não irá se manifestar sobre o ocorrido e que esclarecimentos serão prestados assim que houver informações oficiais que possam ser compartilhadas. A reportagem tenta localizar a defesa de Ana Paula. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas