Polícia de MG monitora ao menos 35 grupos criminosos ligados ao tráfico; 3 facções de atuação nacional agem em BH
Minas monitora ao menos 35 grupos criminosos ligados ao tráfico Ao menos 35 organizações, quadrilhas ou bandos ligados ao tráfico de drogas são monitorados...
Minas monitora ao menos 35 grupos criminosos ligados ao tráfico Ao menos 35 organizações, quadrilhas ou bandos ligados ao tráfico de drogas são monitorados em Minas Gerais, segundo a Polícia Civil. A presença das facções faz os índices de criminalidade subirem no estado. Belo Horizonte já é local de atuação de três facções criminosas criadas em outros estados e presentes em várias partes do país: o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), ambas do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Segundo especialistas, grupos criminosos de âmbito nacional começaram a atuar em Minas Gerais por volta de 2010, mas intensificaram a presença nos últimos cinco anos. Nesta terça-feira (29), uma operação contra o CV no Rio de Janeiro se tornou a mais letal já registrada no estado vizinho. Até esta quarta, tinha sido confirmada a morte de mais de 120 pessoas durante a ação policial nos complexos da Penha e do Alemão (acompanhe a cobertura). ✅Mande sua denúncia, reclamação ou sugestão para o g1 Minas e os telejornais da TV Globo Presos ligados a facções e ocorrências de tráfico O número de presos ligados a facções criminosas deu um salto em MG: passou de 1.900 em 2019 para 2.950 só no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG). De janeiro a setembro de 2025, foram 30.521 ocorrências de tráfico de drogas no estado, ante 20.421 no mesmo período do ano anterior, um crescimento de cerca de 50%. Só em Belo Horizonte, os registros subiram de 2.900 para 4.606 na mesma comparação, um aumento de quase 60%, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Grupos menores associados a facções maiores De acordo com o delegado Rodrigo Bustamante, chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico, grupos menores criados em Minas Gerais têm se associado a organizações maiores para garantir, por exemplo, armamentos mais potentes e acesso a rotas do tráfico. "O desafio é não só prender, retirar drogas e armas, mas também asfixiar financeiramente. A estrutura criminosa se fortalece com seu ganho ilícito, então, se você consegue apreender bens, sequestrar imóveis, bloquear valores, você realmente diminui a capacidade financeira dessas organizações", afirmou. LEIA TAMBÉM: Agentes da PRF-MG são enviados ao RJ após operação mais letal da história do estado Após megaoperação, Zema compara Rio com Gaza e diz que cidade está em guerra Posição estratégica de Minas Segundo especialistas, um dos principais atrativos de Minas Gerais para as grandes organizações, além de novos mercados, é posição geográfica estratégica do estado. Na visão de especialistas, para conter o avanço dessas organizações, é preciso mais investimento em inteligência. "Investir em inteligência, do ponto de vista de cruzamento de informações, bancos de dados, pode nos ajudar a entender se [as organizações] se dividem, se têm um pacto de não agressão, onde cada uma vai ficar, ou não, possíveis locais onde possam disputar, afirma a professora Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "A gente precisa sair do modelo de policiamento ostensivo e vir para o modelo de policiamento investigativo", diz a pesquisadora. Facções criminosas que atuam em Belo Horizonte TV Globo/ Reprodução